O prefeito de Marabá, no sul do Pará, Delegado Toni Cunha (PL), acusou o governo federal de retirar uma verba de R$ 1 milhão que havia sido destinada à realização do show de Réveillon do município, cuja atração principal seria o cantor Zezé Di Camargo. Segundo o gestor, o recurso já estava empenhado pelo Ministério do Turismo e foi cancelado sem justificativa técnica.
A denúncia foi feita por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais. Nele, Toni Cunha afirma que o compromisso financeiro havia sido firmado ainda na gestão do ministro Celso Sabino e que a retirada do valor ocorreu após o cantor passar a adotar um discurso crítico ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para o prefeito, o corte tem motivação ideológica e representa uso político de recursos públicos. “Lula é presidente do Brasil, gostemos ou não. Mas não é dono do dinheiro do povo. Em Marabá também há brasileiros”, afirmou.
Toni Cunha destacou que Zezé Di Camargo já foi apoiador de Lula no passado e que, após mudar de posicionamento político, teria se tornado alvo de retaliação indireta. “Antes, quando concordava, servia. Agora, porque critica, não serve mais”, declarou.
O prefeito também criticou o que chamou de critérios seletivos na liberação de verbas federais para eventos culturais. Segundo ele, artistas e municípios alinhados ideologicamente ao governo teriam mais facilidade de acesso aos recursos públicos, enquanto vozes dissonantes seriam excluídas. “Em uma República, dinheiro público não pode ser usado para premiar aliados e punir quem pensa diferente”, afirmou.
Diante do impasse, Toni Cunha informou que estuda medidas judiciais para tentar reverter a decisão e garantir a realização do evento conforme o planejamento original. O caso ampliou o debate sobre aparelhamento político na cultura e uso ideológico de verbas federais destinadas a estados e municípios.

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